Contratado pelo Real Madrid em 2017 por 16M junto ao Real Betis, Dani Ceballos finalmente parece ter se assentado como uma valiosa peça no elenco merengue. Contudo, sua permanência no clube segue sendo incerta.
Ainda que esteja longe da titularidade, Ceballos foi um dos responsáveis por levantar a equipe no início do ano em meio ao momento mais complicado da temporada. Principal assistente do Madrid em 2023, com cinco passes para gol, o meio-campista ganhou a confiança de Ancelotti e dos companheiros, bem como repetidas manifestações da torcida em apoio a sua renovação.
Nesta segunda-feira (13), Ceballos concedeu uma entrevista à Jorge Valdano, ex-jogador, treinador e diretor do Real Madrid, na qual tratou de temas importantes - sua chegada ao Madrid, Florentino, Zidane e, claro, seu futuro. Confira:
Últimos meses de contrato
"Quero jogar futebol e ser julgado pelo meu nível em campo. Não quero uma renovação se não a mereço. Não quero ir para outro clube se não mereço. Quero desfrutar, jogar e dar tudo de mim nesses três meses [que restam de contrato], para então, ao final da temporada, sentar e conversar com meu agente, minha família e avaliar o que é melhor."
Conquistar o madridismo
"O mais importante é ser reconhecido pela própria torcida. Conquistar o madridismo não acontece da noite pro dia. Receber a confiança de seus companheiros, do comando técnico e da torcida te faz ousar mais em campo e ser o jogador que você sempre foi."
Contratado pelo Real Madrid
"Estava numa guerra com Real Madrid e Barcelona. Foi fundamental quando Florentino me ligou. Nenhum jogador é capaz de dizer 'não' ao Real Madrid. Foi ele que me convenceu a nível desportivo. Ele disse-me que eu era o futuro do meio-campo do Real Madrid e que queria que eu jogasse aqui. Desliguei a chamada e disse imediatamente aos meus pais que ia assinar pelo Real Madrid."
Florentino Pérez
"Florentino me disse que eu era o futuro do clube no meio-campo, foi ele quem me convenceu a vir. O ritmo da bola nos primeiros treinos... Eu pensei que era bom jogador. A bola voava. Foi difícil me adaptar à velocidade. Percebi que precisava pensar muito antes de receber a bola. Foi muito difícil para mim, mas vi que havia um grande passo entre ser um profissional e ser um jogador de elite."
Chegar ao Madrid com 21 anos
"Quando você chega tão jovem ao Madrid é diferente... Você se dá conta rapidamente de onde chegou e a exigência de jogar aqui. A 'idade perfeita' descobri faz pouco tempo - atualmente estou me sentindo no melhor momento da carreira."
As decisões de Zidane
"Com o tempo, passei a entender [as decisões de] Zidane. Eu tinha outros jogadores à frente, como Luka e Toni. Cometi erros por estar frustrado. Sempre tentei dar 100% de mim, mas era difícil quando não participava..."
Vinícius e Benzema
"Adoro correr por Vini e Benzema. São jogadores que marcam as diferenças nos jogos. É preciso entender que são eles que vencem os jogos para a equipe e é preciso ajudá-los."
Experiência com Arteta no Arsenal
"Arteta tem de tudo para ser um [treinador] top-3 do mundo. Aprendi coisas novas com ele, aprendi a antecipar situações do jogo... O que vivi com ele, dificilmente vou viver com outro treinador. Ele sabe do que o jogador precisa - tenho certeza que será dos melhores do mundo..."
Sacrifício e trabalho duro
"Se você quer ganhar dinheiro de verdade, precisa fazer sacrifícios. Não basta fazer quatro dribles e dar uma assistência. É preciso trabalhar do meio-campo para trás - é aí onde um jogador se faz importante. Pepe Mel [ex-treinador do Betis] me disse isso e ficou gravado em mim."
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